domingo, 25 de novembro de 2012

Mulher se passando por homem na internet.


É. Eu também pensava que esse episódio vergonhoso da história das lésbicas fosse tão passado quanto o uso de pochete. Ingenuidade minha… Como se dramas lésbicos desaparecessem assim…
Nas últimas 3 semanas o blog bombou em comentários pedindo ajuda. Muitas lésbicas com dramas habituais como “pego a ex da minha ex?”, “pego a mãe da minha namorada” ou ainda o clássico “ela tá a fim de mim?”. Mas dois desses comentários me surpreenderam.

"E existe um drama lésbico que seja surpreendente?"
O primeiro comentário era de uma garota que conheceu um “homem” num jogo online e descobriu depois (depois = um dia antes de postar o comentário) que o homem na verdade era uma mulher. Mas as duas se gostavam muito e a autora do comentário gostava de ser tocada (adoro quando lésbicas se referem aos seus hábitos libidinosos como “tocar”)pela outra e blablabla tudo terminou bem
acho.
O segundo comentário era de uma guria que vivia o outro lado da moeda: era ela quem estava de cacho com uma guria se fazendo passar por um homem que estava nos estrangeiros [/caipira] por.dois.anos.

"Você sabe que 2 anos representam 2,5% da vida de alguém que vive 80 anos, mocinha?"
Dois-vírgula-cinco-por-cento da vida de uma pessoa vivendo um relacionamento falso. Eu fico indignadíssima com esse tipo de história. Não é uma mentira do tipo “eu falei que morava no Rio de Janeiro, mas na verdade moro em Nova Iguaçu”.
É uma mentira superior. Imagine você, lésbica, namorando a distância a mulher perfeita e depois descobre que ela era um homem! Isso é fucking revoltante. Mas enfim, nem é preciso defender que a parte da mentir é errado e blablabla.

"Bitch, you're doing it wrong! That's it!"
Mas eu tenho essa sensação de que mulheres se passando por homens na internet é uma tradição ancestral lésbica. Não é baseado em números ou inúmeros relatos de amigas, mas é apenas um feeling… e, bem, uma experiência pessoal.
[Momento Flashback]

"Oh, Lord, momento flashback de novo..."
Estava, nos meus 11 anos, entediada na casa do meu primo. Chat Uol era o Facebook da época, então entrava de vez em quando. Mas era sempre a mesma coisa: “quer tc comigo?”, “quantos anos vocês tem?”, “onde você mora?” [/pedófilos]. Então eu decidi variar um pouco a rotina e entrar como um homem.
Comecei a conversar com uma garota mais velha e, bem, modéstia a parte, eu com 11 anos sabia fingir ser mais interessante que um menino de 16. Como eu não pedi foto da guria pelada e nem falei que queria fazer sexo, ela gostou de mim (também, olha o tipo de gente que frequentava Chat Uol, né? Não pedir pra ver foto pelada já me fazia ser partidão ali). Ficou encantada, me pediu
ICQ MSN e tudo.
Eu saí aquele dia com a impressão que é fácil conquistar e enganar uma mulher.

"É fácil conquistar uma mulher na internet. É só fazer uns elogios um pouco diferentes de "gostosa" e "gata", como "você parece ser muito inteligente para a idade", "nossa, você escreve muito bem", "você parece uma pessoa muito meiga e feminina".
[/Momento Flashback]
Foi muito divertido me fazer passar por homem, mas essa foi a primeira e última vez que fiz isso. E estava looooonge de me apaixonar pela menina (já falei que eu tinha 11 anos?) ou levar a brincadeira a diante.
Mas o que pode levar uma mulher a se passar por um homem?
- Se a mulher for hetero mesmo, talvez ela só esteja querendo brincar com outrem.

-"E aí, Suzi, como vai sua namoradinha?" -"Mal por não poder me ver mhuahahaha"
- Se for lésbica, ela pode estar se fazendo passar por homem em meios heteros por falta de contato com meios lésbicos. Ou seja, ela acha que essa seria a única maneira de arrumar um mulher.
- Ela começou por brincadeira e depois acabou se apaixonando e torcendo para que a história dela seja como num daqueles filmes americanos em que o homem aposta que vai deixar a nerd bonitona e acaba se apaixonando no final por ela.
-Ela pode gostar de se sentir caçadora/a-que-dá-em-cima/a-dona-do-jogo e acha que só sendo um homem ela pode agir assim (ah, papéis de gênero…)
Não imagino nenhum outro motivo, mas minha amiga Sadie levantou uma outra hipótese: essas mulheres na verdade são transexuais. Eu, particularmente, discordo dela. Não acho que os casos mulher-se-passando-por-homem-na-internet tenham uma correlação tão grande com identidade de gênero.

"Mas, bee, como diria Freud: onde há fumaça, há fogo!"
Eu acho  não existem. Como elas poderiam estar juntas há tanto tempo sem se ver na webcam? Como a guria não percebe que as mensagens não vem de um número que tem código internacional [/no caso específico do comentário]? Se elas conversam no telefone, como não pode perceber que a voz não é de homem?
São perguntas extremamente válidas, mas eu certamente confio muito mais na história de  que o amor é cego, surdo, mudo e burro .

" A gente escuta cada história absurda por aí, colega..."
Eu tenho que confessar que fico um pouco perdida nesses casos. Por não ter contato com quem já passou por isso, não sei se essas histórias na maioria das vezes dão certo ou se acabam com a vida de uma pessoa. Não sei se a maioria faz por questões de identidade de gênero ou por medo/falta de opção. Não sei se a maioria é real-real ou nem-tão-real-assim.

"Tá, tá, whatever, mas o que eu faço?"
Meu conselho para caso você tenha sido enganada:
-Pense se o amor que você sente por el@ é mais forte do que sua necessidade de estar especificamente com um homem. Se for, desculpe sua namorada e tente um relacionamento real com ela. Você vai ter que superar muitas barreiras e enfrentar algumas dificuldades na vida, mas se você estiver com quem ama tudo vai valer a pena. Agora, se não for, não fique remoendo a história e siga em frente.

"Ah! Mas, migá, ser lésbica nem é tão difícil assim. Tente!"
Meu conselho para caso você tenha sido a mentirosa:
-Pare de enganar ela ! Você enrolando-a só vai fazer com que o sofrimento seja cada vez maior. Então você tem duas opções: desaparecer da face da Terra ooouuu falar a verdade. Eu acho melhor 2ª opção, afinal ainda há uma chance de vocês ficarem juntas. Mas se ela não te quiser mais, siga em frente.

"Nossa, parece tão simples!"

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ela ta afim ou não ?

Essa é uma duvida, que corroê quase 99 % das garotas lésbicas.


" Fiquei com ela uma vez, acho que ela esta afim mesmo de mim."
" Hoje ela me olhou de um jeito estranho , será que ela ta afim?"
" Me manda sms no meio da madrugada, dizendo que me ama , acho que ela esta afim de mim."
" Me faz carinhos , e toda carinhosa , meiga, e amável , acho que ela esta afim de mim."


                                                         BLABLABLABLABLA



            A "Hétero" , faz isso tudo , mais diz que vocês são amigas, Lembrando que você ja conseguiu ficar com ela , ou ter alguma experiencia lésbica com ela, mesmo assim ela se diz "Hétero" . Muitas meninas se perguntão o que fazer , Ai vem a famosa pergunta : Será que ela esta afim de mim também ? Será que ela esta com medo? ou será que isso tudo e coisa da minha cabeça? então vamos avaliar alguns fatos..


1- Ela se diz hétero, porem ja ficou com meninas , inclusive com você  ( esta namorando um menino .)

2- Ela demostra algum tipo de sentimento por você , mais tenta disfarçar , de todas as formas possíveis, e continua dizendo que e hétero.

3- Levanta a possibilidade, de um possível namoro entre vocês, e depois de ficarem horas fantasiando, como seria , ela pede pra você virar homem :( 

    Esses são alguns pontos que acontecem muito , se isso acontece com você , não fique desesperada, porque  você não e a unica ...
    Nesse caso , ela estaria confusa , com medo de se assumir , mais teria sim algum tipo de sentimento por você , nesse caso , eu aconselho a você que continue tentando , porque o pior você ja conseguiu.
    Isso acontece muito com lésbicas iniciantes , e dificio essa fase de se assumir pra si mesma . então tenha paciência, deixe ela a vontade, preste bastante atenção no comportamento dela , ao te ver com outras garotas , tudo uma questão de observação ...

          " Haaaaaaa , mais eu ja disse que gosto dela , ela sabe que eu quero muito mais que amizade "

Só por isso ela não tem o direito de esta confusa?

Mantenha a calma , e uma questão de tempo, ela precisa saber o que ela é, e você precisa dar espaço pra ela se expressar.

Lembrando que você deve fazer isso se você ja teve algum tipo de experiencia com ela , caso ao contrario , você deve seguir sua vida , e esquecer esse amor , porque provavelmente ela e hétero mesmo, e todas as demostrações de amor que ela te deu , não eram um "EU TE AMO" , e sim um , " EU TE AMO , AMIGA"



CONTINUA ............. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ex-Sapatão existe? 




                                                                Mais Polemicas                                                                        


Algumas amigas e conhecidas disseram nesse fim de ano que iam deixar de ser lésbicas, cansaram das mulheres, da instabilidade e da loucura das sapas, das brigas, das traições, dos desencontros, da intensidade mórbida dos relacionamentos sapatônicos. 




Fiquei surpresa com a notícia, como é que a pessoa vira ex-lésbica, como é que se deixa de gostar de mulher depois de ter sentido o gosto de possuir e ser possuída por uma, como é que se vive sem aquele cheiro, sem aquela pele, sem ... enfim. Embora eu não acreditasse em milagres, respeitei a decisão alheia.

Nem todas conseguiram sustentar seus discursos. Uma delas estava num bar comigo, tomávamos um uma bebida, papo vai, papo vem, filosofia sobre o mundo das sapas, de repente, entra uma loura no recinto, alta, gatona, passava léguas de distância da nossa mesa, e eis que a minha amiga recém-hétero pirou o cabeção.

Ficou azul, vermelha, nervosa, desandou a falar que aquela mulher era MARA, era tudo, era bandida, era Flora, era o sonho de consumo da vida dela. Ficavam horas batendo papo no msn pela madrugada, tinham uma afinidade absurda, embora não se conhecessem ao vivo.

Eu disse, ué, cadê toda aquela resolução de 2011, o projeto de "mulher super hétero, o retorno"? Ah, mas aquela mulher era diferente, era especial, era outra coisa, valia a pena dar mais uma chance ao estilo de vida lésbico antes de jogar a toalha, não é todo dia que a gente encontra uma loura que completa a nossa vida. É claro que a minha amiga não deixou de ser sapatão.

Mas teve um outro caso que me fez acreditar em milagres, um verdadeiro fenômeno do comportamento humano. A garota tinha um currículo recheado de ex-namoradas, teve várias mulheres, saiu do armário, viveu intensamente a vida de sapatão, tudo como manda o figurino, aí, de repente, ela termina com a namorada, some da vida da garota, arruma um namorado emo (que, by the way, era seu melhor amigo) e descobre a porta da felicidade.

Ãh? Depois disso, passei a acreditar mais na flexibilidade do ser humano, em papai noel, coelho da páscoa, cegonha e em bissexualidade. A garota respira o novo namorado e faz planos de se casar, ter filhos e viver os próximos cinquenta anos ao lado do rapaz. Fez questão de se escafeder do circuito lésbico, apagou todo o seu passado homossexual, é praticamente uma outra mulher. 

Bom, cada uma com suas coisinhas, né?


Continua...

quinta-feira, 2 de agosto de 2012


Tradição: Relacionamento a Distância – Parte 2


Você conheceu uma menina linda, inteligente, divertida, que gosta de MPB assim como você e que tem 5 gatos para se juntarem aos seus 3 gatos solitários. Mas espere… ela mora em outra cidade! E agora?

Eu não vou mentir para você. Relacionamento a distância não é o ideal da mesma forma que ser homossexual não é o ideal. Sua vida seria muito mais fácil se você conseguisse gostar de um homem como gosta de uma mulher, assim como gostar de alguém que more perto de você. Mas o mais fácil nem sempre é o que nos faz felizes.
Então em algum momento você pode se ver apaixonadíssima por aquela deusa itanhaense. Minha cara amiga, não lhe resta outra alternativa a não ser um relacionamento a distância.

Tipos de Relacionamento a Distância

Consegui separar os RAD em quatro tipos básicos, conforme a imagem acima (clique para ampliá-la, dã). Eles não incluem todos os casos (como, por exemplo, o casal só tempos depois do primeiro encontro vir a começar um RAD), mas creio que 85% dos RAD se encaixam nas descrições. Preferi desconsiderar términos, que podem vir em qualquer fase.
Considerações extras:
Tipo 1- Quando você conhece a pessoa via internet, é esse o modelo ideal. Antes de se envolver muito, ou começar com cobrança, sofrimento e drama, é preferível que haja um primeiro contato pessoal.
Tipo 2- É o modelo mais hetero. Duas pessoas começam a namorar e depois acabam se separando geográficamente.
Tipo 3- É o “preferido” de 9 entre cada 10 lésbicas. O tempo no mundo lésbico corre muito mais rápido e lésbicas precisam de drama como precisam de ar. Não tem como esperar meses para se conhecerem pessoalmente. Precisam começar com o drama e planos de morarem juntas logo.
Tipo Fuja, Bino- Esse é o único tipo ao qual eu sou totalmente contra. Não há previsão de se encontrarem e você ficam “perdendo” oportunidades e tempo. E se a guria te enrola pra te conhecer e vocês nunca se viram por webcam, tem coisa errada aí, migá.

"Oi gata, sou femme, ruiva, com tatuagem e tenho 1,80m. Só não tenho webcam."

VANTAGENS

Que vantagem poderia se ter com um relacionamento a distância? Aparentemente nenhuma, mas há algumas, sim! Veja:
- Se sua namorada for uma stalker psicótica que é capaz de te seguir pelas ruas sem você estar ciente, você pode aproveitar um pouco de liberdade em outra cidade… ou estado, ou país.  Mas se lembre que a internerd e celulares foram criados justamente para a sua namorada impedir você de sair com sua 
ex namorada
 melhor amiga.
- Se sua namorada for uma ninfomaníaca e você uma pobre mortal comum, você pode evitar algumas dores, queimaduras e afins. Mas se lembre que quando vocês se encontrarem, ela vai descontar toda a energia sexual acumulada em você (espero que seja em você, né?). (Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência)

"A viagem foi longa, você deve estar cansada, baby. Venha para a cama que eu faço uma massagem."
- Sua amável sogra homofóbica provavelmente está em outra cidade, longe de você! O que evita que o número de assassinatos na sua cidade aumente em um.
- Você pode salvar logs para jogar na cara da sua namorada as promessas de irem morar juntas em menos de um mês nas DRs que vocês obviamente vão ter!
-Se você não gosta de animais de estimação, você pode evitar entrar em contato com os 23 gatos da sua… Espere! Se você não gosta de animais de estimação você não é lésbica, saia já desse blog!

Uma lésbica que não gosta de gatos? No way.

DESVANTAGENS

- Você não pode bancar a stalker perigosa e caçar sua mulher pelas ruas. No máximo conferir os scraps e tweets de 10 em 10 minutos.
- Você não pode chocar velinhos no ônibus junto com sua namorada se agarrando lascivamente.
- Espere sua mãe descobrir que, como se não bastasse você namorar um guria, ela está em outra cidade!
E as desvantagens óbvias, claro:
- Sem sexo, sem beijo, sem carinho, sem afago, sem abraço, sem cafuné, sem carícia, sem contato. Sem almoços juntas, sem filmes juntas, sem acordar de manhã e ver ela toda sonolenta com o cabelo bagunçado etc etc etc.
- Rios de dinheiro para viajar.

"Lamento, Srª, mas nossa empresa não possui preços promocionais para lésbicas em relacionamento a distância."

MOMENTO EXPERIÊNCIA PESSOAL

Até hoje em dia eu mantenho contato com meu ex-RAD, mas nunca cheguei a encontrá-la pessoalmente. O namoro não havia durado o suficiente para haver o primeiro encontro: a data foi alterada algumas vezes. Talvez por essa experiência eu não enfrentaria um relacionamento-relacionamento-mesmo a distância de novo. Nem recomendo você a pular de cabeça num RAD.
Entretanto já soube de casais que sobreviveram e estão juntas até hoje. Se você está num RAD, as chances de dar certo são menores, mas elas existem.  [/momento tentando dar esperança para casais em RAD]

"Veja nosso caso. Ela mudou de time e saiu da Itália para São Paulo. Eu não aguentei e também voltei para o Brasil. Hoje somos um casal unido feliz e já temos nosso primeiro baby."


segunda-feira, 30 de julho de 2012


Tradição: Relacionamento a Distância – Parte 1


Que atire o primeiro dildo a lésbica que nunca teve um relacionamento a distância!!!
Ultimamente ando envolvida com relacionamentos a distância. Duas BFFs minhas[/momento puxa saco] estão namorando uma em cada canto do país e logo vão se ver pessoalmente pela segunda vez. Meu BFF hetero (só podia ser meu amigo mesmo) está num RAD. Eu já estive. Conheço lésbicas que estiveram também.
Definitivamente relacionamento a distância (RAD para simplificar minha vida) é uma questão-chave para entender o mundo lésbico. Mas, primeiramente, preciso explicar por que relacionamento a distânica é uma tradição lésbica e não algo comum no mundo hetero/gay.
"Oh, cruel destino, onde estará minha tchutchuquinha nesse exato momento?"

RAD Lésbico X RAD Hetero

Heterossexuais estão em todas as partes: ônibus, parques, filas de mercado, faculdadesque não sejam Letras ou Moda, bares, baladas. Você não precisa perder tempo pensando “Uhm, será que ele é hetero?”, você simplesmente pode assumir que a pessoa é hetero que raras vezes vai estar enganada. Há muitas opções para conhecer alguém, se paixonar, namorar, etc na heterolândia.
"O que uma gatinha como você faz perdida aqui nos Alpes Suiços?"
Eu acredito que não exista uma única alma gêmea no mundo para cada pessoa. Prefiro imaginar um conceito de compatibilidade amorosa. Você tem potencial para se apaixonar por várias pessoas (não estou dizendo ao mesmo tempo).
E por ter tantas opções, heteros acabam encontrando pessoas com compatibilidade amorosa que moram perto de si com mais facilidade.
Quando acontecem casos de RAD no mundo hetero, geralmente o casal já estava formado antes da separação geográfica. É o caso do meu bff hetero.

RAD Lésbico X RAD Gay

Sendo sincera, muitos homens gays não estão nem um pouco interessados em relacionamentos sérios. Os que querem, provavelmente não querem esperar semanas, ou meses, para ter sexo com os companheiros. Há pouca incidência de casos de relacionamento a distância entre gays, fato. [Aberto aqui para opinião de homens gays]
"Sempre haverá uma Montanha das Costas Quebradas para nós dois."

RAD Lésbico

Mulher, lésbica ou não, é por natureza um bicho que gosta de relacionamento. Se juntar duas mulheres, é o dobro de vontade de estar em um. Que sejam rápidos, mas que sejam relacionamentos!
Conhecer lésbicas pode ser uma tarefa árdua, como já comentei. Eu mesma conheço poucas na minha cidade e mantenho contato/amizade com menos ainda.
Vamos supor que você tenha sorte e conheça 4 lésbicas na sua cidade com quem você fala constantemente. Para uma delas ser sua princesa encantada, ela precisa ser linda, inteligente, divertida, não-cafajeste, solteira (de preferência… ou não) e ainda tem que ter compatibilidade amorosa contigo.
"...Ah! E ela precisa gostar de todos os meus 12 gatos também!!!"
(Nota: se você conhece uma lésbica linda, inteligente, divertida, não-cafageste e solteira (de preferência), mande e-mail para conselholesbico@hotmail.com com o perfil)
As chances de você conhecer uma lésbica com essas características são muito maiores em qualquer outra cidade que não seja a sua.
Por isso temos a seguinte equação:
E se você prefere acreditar em almas gêmeas ao invés da minha teoria de compatibilidade amorosa, quem te garante que sua alma gêmea não esteja nesse instante dançando frevo em Olinda? Ou tomando chimarrão no Rio Grande do Sul? Ou não-trabalhando na Bahia? Ou presa no trânsito em São Paulo? Ou fugindo de bala perdida no Rio de Janeiro? Ou fugindo de guepardos na África? Ou trabalhando em regime de semi-escravidão na China?
Sua alma gêmea está ali. A de rosa.
Ok, parei.

(CONTINUA…)

terça-feira, 17 de julho de 2012



Existe lésbica boazinha? – Parte 2


No post anterior já descobrimos que não há lésbica boazinha. E só-pra-me-contrariar surgiu comentários “eu sou boazinha”, mas ahã, acreditei. Garotas boazinhas não dizem que são boazinhas! É que nem uma regra que eu tenho de nunca, NUNCA, confiar em alguém que diga “pode confiar em mim”.
Agora nos resta saber por que diabos não existe lésbica boazinha. Pensei, refleti, flexionei e pensei mais um pouco e achei três teorias:

O Meio Nos Torna Assim

Quando estava em início de carreira lésbica, você, colega, era a pessoa mais boazinha do mundo. Só pensava na sua namorada, fazia de tudo para tentar agradá-la, dava toda a atenção para os dramas dela, se corrigia em coisas das quais ela não gostava muito em você… Enfim, você era uma alma pura, bondosa e ingênua. E sua namorada já era uma raposa felpuda do meio lésbico e já tinha certo passado. Mas você preferiu ignorar essas evidências e acreditar que as coisas entre vocês iriam dar certo. Mas elas não deram.
Então veio a segunda namorada e você pensou consigo: “vou ser mais boazinha, vou tentar melhorar e dessa vez vai dar certo.” Mas as coisas também não deram certo. Aí você chegou a conclusão que ser boazinha não adiantava na-da.
E você começa a reproduzir o comportamento bitch aprendido com suas namoradas. E começa a partir corações puros, bondoso e ingênuos também. E esse comportamento vai se reproduzindo, reproduzindo e reproduzindo igual pobre sem TV.
(Mas, se serve de consolo (cof), quem te tornou bitch também é uma vítima do sistema).

Lei da Oferta e da Procura

Você, colega, era originalmente boazinha. Não pegava ninguém só por pegar, não tentava fazer ciúmes para sua namorada, não pagava de pegadora no Facebook, ligava para a sua peguete quando dizia que ia ligar. Um anjo de candura!
Mas então um belo dia, sua namorada decide terminar com você. E ela certamente usou um discurso com algumas dessas frase:
-”O problema não é com você, é comigo”. (Essa frase é tão batida – inclusive no meio hetero – que existem as variantes como “eu não estou numa boa fase”, “eu não te mereço”, “não acho justo você se dedicar tanto a essa relação e eu não” e qualquer frase que ponha a culpa em quem está terminando);
-”Eu gosto de você. Mesmo. Mas não desse jeito.”
-”Se eu pudesse escolher, me apaixonaria por você. Mas a gente não manda no coração.”
E você tenta entender e se recompor do término.
Duas semanas depois você a vê com outra. E a vê sofrendo pela outra. Ela terminou o namoro com você, que era a boazinha da relação, para ser a boazinha da outra relação. E a nova namorada da sua ex é uma bitch de marca maior.
E você compreende que mulher gosta de mulher cafajeste. Daquelas que te fazem chorar três dias seguidos para te dar um presentinho no quarto (…”quarto” de “quarto dia”, claro) e você se sentir na nuvens com um pouco de atenção.
Logo, para você ter uma mulher nas suas mãos e poder manté-la por um tempo consideravel, você precisa virar bitch também. Você precisa se adaptar para sobreviver! [/Darwin Lamarck alguma teoria biológica]

Desprendimento dos Padrões Impostos Pela Sociedade

Quando você estiver voltando para seu lar com outra mulher e sua vizinha de 84 anos ver vocês duas juntas, não fará muita diferença se vocês estiverem de mãos dadas discutindo sobre terem filhos ou se estiverem se agarrando lascivamente.
Honey, a sociedade já te odeia por você ser lésbica. Não faz diferença se você for lésbica boazinha ou uma baita bitch.
Você pode sair por aí e piriguetiar à vontade e se bobear ainda sai com fama de pegadora. Agora, se você fosse hetero, sua fama ia ser de algo entre fácil e piranha-galinha-vaca-cachorra-llama-arara.
Talvez  uma dessas três teorias esteja certa, ou seja o conjunto ou talvez uma quarta teoria.
Claro que eu estou generalizando e talvez haja uma (ou até duas!) lésbica boazinha(maior de 18 anos), mas é FATO que a grande maioria não é.
O que vocês acham? Existe sim lésbica boazinha? Não existe? Por quê?

Existe lésbica boazinha? – Parte 1


Estava eu conversando com minha amiga  sobre como eu só conheci uma única guria nos últimos anos que fosse realmente, genuínamente boazinha. Do tipo fofa, que se preocupa, que seria incapaz de trair, que namoraria por 5 anos sem pensar que está desperdiçando a sua juventude. Mas, infelizmente, ela era hetero (passei um bom tempo me certificando disso) e que, portanto, não servia pra nada.
Foi então que minha amiga teve um surto reflexivo (ou sorte mesmo) e me fez uma pergunta sobre a qual eu nunca havia pensado seriamente:

“Você já conheceu alguma lésbica boazinha?”

(Simplesmente tentar achar uma foto para exemplificar uma lésbica boazinha já foi um parto.)

Eu não conhecia nenhuma lésbica realmente boazinha, nem mesmo amiga, contato de msn, Grupos do Facebook, NADA. Obviamente retribui a pergunta e a minha amiga também não conhecia.
Comecei então meu processo de entrevistas às fanchas amigas e ouvi cometários como:
-Não conheço.
-Conheço uma quase assim.
-Conheço um monte de mulher assim, mas é tudo hetero.
-Só você.
Sério, gente? Não há lésbicas boazinhas?
Confesso que uma das minhas divisões de mulheres é separá-las entre as boazinhas e as bitches (que possuem diversos níveis). Se não há lésbicas boazinhas, então eu chego a conclusão que todas as lésbicas são bitches de alguma forma.
Mas antes que alguém me mande para o inferno queimar em mármore barato, eu preciso explicar essas duas categorias (restringindo por sexualidade, of course):

Lésbicas Boazinhas

-Não trairiam. Se existissem, não teriam “uma outra”, nem seriam “a outra” de alguém – pelo menos conscientemente.
-Seriam meigas, carinhosas, atenciosas, simpáticas, bem-humoradas, altruístas e não agiriam assim só para conseguir sexo.
-Mais um monte de nhenhenhe e tudo o contrário das lésbicas bitches.

"Oi, eu sou fofa... e meu biquini está caindo..."

Lésbicas Bitches

-Traem.
-Pegam mulheres só pelo prazer de pegar, ou por que estavam sem fazer nada mesmo.
-Preservam um banco de reservas pronto pra entrar em campo assim que a titular não der conta do recado.
-Se fazem fofinhas, meigas, atenciosas, nhenhenhe puramente por terem segundas, terceiras (e se você bobear quartas) intenções.
-Odeiam e falam mal da ex da atual e da atual da ex.
-Quando são traídas, tentam dar o troco e de preferência de forma pouco discreta.
-Usam joguinhos e artimanhas pra conquistar. Conhece aquele “finge que não está interessada”?
-Omitem informações da namorada.
-Usam frases como “enquanto não acho a mulher certa, me divirto com as erradas”.
-Já fizeram algum tipo de lista de quem já pegaram. Todas as letras do alfabeto, estados do país, alguma característica nova… Ou simplesmente para saber o total. E se você precisa fazer uma lista para saber quantas pegou, minha amiga, você definitivamente está nessa categoria.
E não adianta vir com papo de que agora você está namorando e largou a vida bitch. Se você se identificou com algum tópico acima, mesmo que tenha sido há 24 anos atrás e seja só um tópico, você ainda tem bitchiness circulando nas suas veias.

You can't pray the bitch away
 Continua…